A avaliação tem sido assunto comum nos meios educacionais, mas cada um conceitua e interpreta esse termo com significados distintos, sem dúvida, cada um age em nome de uma avaliação de qualidade e defenderá que a sua é uma boa avaliação.
A todos aqueles que estudam avaliação
Gostaria de agradecer a passagem por aqui e dizer a todos que sejam bem-vindos.
Aproveito para pedir que cada um possa compartilhar comigo as suas dúvidas, certezas e questionamentos sobre o tema, para que possamos, como diz o Professor Luckesi, estabelecer um grupo de estudos e análise sobre a avaliação, na tentativa de vencermos modelos há tempos superados.
Aproveito para pedir que cada um possa compartilhar comigo as suas dúvidas, certezas e questionamentos sobre o tema, para que possamos, como diz o Professor Luckesi, estabelecer um grupo de estudos e análise sobre a avaliação, na tentativa de vencermos modelos há tempos superados.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A avaliação ou a promoção automática: o que queremos...
Hoje vi uma nota no Jornal que dizia que entre os principais projetos da nossa Presidente, está cuidar melhor da educação: reformular os currículos e acabar com a promoção automática.
Queria neste espaço colocar a minha humilde opinião sobre o segundo tema, a aprovação(promoção)(progressão) automática.
O que vem a ser a aprovação automática, no entendimento que temos: è a possibilidade de acabar com as injustiças do processo avaliativo desenvolvido nas nossas escolas, que ao invés de se preocupar com a aprendizagem, preocupa-se em aprovar o reprovar o aluno, sendo assim, a mesma surgiu em um momento que as discussões sobre avaliação da aprendizagem e principalmente os nossos números apontavam para uma prática excludente e meramente clssificatória, colocando a maioria dos alunos brasileiros para fora da escola, gerando uma evasão e uma repetência que levava a uma defasagem série/idade que emperrava o andamento do aluno na vida escolar e gerava gastos exorbitantes para os cofres públicos.
No entanto, penso ser mais complexa a discussão sobre aprovar o aluno, somente pelo simples fato do mesmo estar frequentando ou às vezes ter simplesmente se matriculado na escola.
Acredito que esta perspectiva acaba sendo o que o professor Luckesi certa vez colocou em uma das suas muitas falas que já tive o prazer de ouvir: "acaba sendo arbitrário aprovar por aprovar, dá mesma formar que reprovar por reprovar", pois acabamos negando ao aluno o direito a informação sobre aquilo que sabe, e o que é pior ele acha que sabe, porque foi promovido e certificado como tal.
Equivocadamente saimos de um extremo para o outro, reprovávamos somente nos baseando em instrumentos pontuais e passamos a aprovar sem ao menos termos acesso a nenhum tipo de dado para fazê-lo. A avaliação denunciada por tantos estudiosos na década de oitenta e que o professor Luckesi(2003) classifica de exame, possibilitou novas discussões e busca por novos modelos e conceitos, neste sentido, entendo que avançamos no ideário, muitos já discutem o papel da avaliação como processo, e que a mesma tem a função de fornecer informações para que possamos emitir uma opinião e consequentemente tomarmos a decisão de ressignificar o processo, caso seja necessário.
No entanto, quanto às práticas caimos em um vazio, às vezes escutamos alguns professores "dizerem que não avaliam, pois não precisa já que o aluno não pode mais ser retido'. O que nos leva a constatar que o problema não está na aprovação automática, mas na forma, como a escola de forma geral vem praticando a avaliação , pois a promoção(progressão) automática, não descarta o uso da avaliação, nem a busca de informações sobre a aprendizagem do aluno, creio que de forma contrária, muda o foco da aprovação para a aprendizagem.
O que facilitaria o trabalho do professor que não precisaria mais parar para aprovar ou reprovar, reter ou promover, mas se o aluno aprendeu ou não, e o que falta para o mesmo aprender que pode ser adquirido no ano ou na série seguinte.
Não sei se a avaliação como processo, contidiana que busca informações para qualificar o objeto, tem espaço nas nossas escolas, porque digo isso, porque precisamos promover, certificar, e passamos muito pouco tempo com os nossos alunos, pois temos muitos, e em turnos e séries variadas, não temos tempo, nem qualidade no trabalho que nos permita olhar no olho, compartilhar, compactuar, observar, acompanhar o nosso aluno de forma mais atenta para afirmarmos que os mesmos aprenderem e adquiriram os conhecimentos ou as habilidades necessárias para ir progredindo, ou que o mesmo está em tal nível e que ações diversificadas em tempos diversificados irão possibilitar ao aluno continuar aprendendo.
Sendo assim, acredito que é mais fácil criar mecanismos que nos possibilitem continuar retendo os que acreditamos que não sabem e promovendo os que acreditamos que sabem, mas tenho a ousadia de dizer, que a nossa Presidente precisa de pessoas que compreendam que o problema da nossa educação, não está na avaliação realizada, mas na forma como vem sendo constituida pelo nosso sistema, não mudaremos a avaliação, mesmo acabando com a aprovação automática ou mantendo o sistema de classificação e reprovação, mas mudando a própria organização da escola: começando por entender que educação não é gasto é investimento, e que os professores, os profissionais da educação precisam ser tratados de forma diferente pela sociedade - a valorização e a possibilidade da melhoria na qualidade da sua formação e do seu trabalho, irão se constituir como o elo necessário para que não tenhamos tempo de falar nem em avaliação, nem em reprovação, nem em promoção automática, mas sim falarmos em aprendizagem.
Mas não sou a favor da aprovação automática, sou a favor da possibilidade da avaliação como um elemento do prática pedagógica que auxilia ao professor a cuidar do processo constitutivo do seu trabalho: cuidar para que o aluno aprenda.
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